segunda-feira, 23 de maio de 2011

Um pouco do INCA.

Estou sem postar aqui há muito tempo, mas muitos me procuraram, e pediram para eu não deixar o blog abandonado, e por isso, cá estou eu para escrever um pouco pra todos.
Pensei muito no que iria postar, e confesso que ainda não sei sobre o que vou postar, por isso, nem sei que título eu vou dar. Não quero fazer desse blog, algo repetitivo, que sempre aborde o mesmo assunto. Decidi então, apenas escrever o que vier a cabeça, e no final, eu vejo sobre o que escrevi e qual titulo vou dar (só espero que não fique uma porcaria rsrsrs).
Claro que vou falar sobre o INCA e a especialização, soma de conhecimento e vivência lá dentro, mas ainda não sei ao certo sobre o que exatamente falar.
Sobre a especialização, posso afirmar (e desanimar alguns) que é algo extremamente cansativo. Muito, mas muito puxado mesmo. De segunda a sexta de 8 as 17 não é moleza não, ainda mais com a grande quantidade de pacientes que são atendidos todos os dias no setor de radioterapia. O que pra prática, é muito bom.
Vi que não tem lugar melhor pra se aprender. Lá tem todos os setores e tipos de aparelhos usados para tratamento radioterápico, que vai desde os Clinacs (linac (sem o "c" mesmo)-> abreviatura em inglês de acelerador linear), Trilogy (o acelerador mais moderno que tem no INCA) e bombas de cobalto (que hoje em dia é pouco utilizado nas clínicas e hospitais particulares), até um setor só para simulação, que são o tomógrafo, para simulação 3D e os 2 simuladores, para simulação 2 D. Para o paciente (e para nós aprendermos) o tratamento é o melhor possível, alocando os pacientes de acordo com o aparelho mais apropriado para o tratamento, coisa que não acontece por ai..
Mas tenho que confessar que estou decepcionado com a teoria passada durante a especialização. Pouquíssimas aulas teóricas. O material que nos foi passado, como o livro de atualização junto com o cd, é muito interessante, mas ainda sim, poderia haver mais aula teórica. Quem me conhece, sabe que gosto de saber perfeitamente o que estou fazendo, e não apenas reproduzir, de forma mecânica e metódica, o que me foi passado. Gosto de entender o porque de se fazer isso ou aquilo, e, se a gente não interrogar os profissionais que acompanhamos todos os dias, e/ou meter a cara sozinho, realmente, fica complicado.
Quanto ao que vejo lá...putz.
É engraçado como nas piores coisas que imaginávamos poder ver, como no caso das crianças, é onde temos muita surpresa boa e agradável. Ver aqueles pequenos, que desde cedo lutam pela vida, esperando a hora de ser tratado, brincando que nem doidos, fazendo a maior bagunça, definiticamente, não tem preço. Nunca uma bagunça generalizada foi tão bem vinda. Sinal de que tudo está indo pelo caminho certo.
Mais agradável ainda, é ver aquele pequenininho, que no início do tratamento, chegava de cadeira de rodas, mal conseguindo levantar a cabeça, simplesmente, aparecer um dia andando e sorrindo. Ai você olha e fala: "Vem aqui dá um abraço no tio.", e ele vai até você, ainda que com uma corridinha discreta e sem muita força, e te dá um abraço de tirar o fôlego. E o melhor, não te solta de jeito nenhum!!! (rsrsrs). Tem coisa melhor?
Mas também existe o outro lado da moeda. Como estamos diariamente em contato com os nossos pacientes, passamos a conhecer melhor cada um deles. Sabemos o seu nome, um pouco da sua vida, conseguimos associar o rosto a pessoa (até eu que sou péssimo nisso consigo), lembramos de cada um deles e sentimos a sua falta. Isso faz com que 1, 2, 3 dias sem o paciente aparecer, faltando ao tratamento, já passe pela nossa cabeça: "Fulano sumiu.", "Será que ele piorou", "Será que entrou em óbito". E por muitas vezes, quando vamos procurar saber, já consta no sistema o óbito.
Pra quem quer trabalhar com isso, saber lidar com essas perdas é essencial.
Mas voltando a falar da parte profissional e não da sentimental (rsrsrs). Também passei pela primeira emergência, e, como um bom amante de tumulto e correria, "nascido e criado" em uma emergência de hospital público, é claro que fiquei doido (no bom sentido).
Sala de tratamento lotada, maqueiro, 4 técnicos (3 staffs e 1 especializando), 2 médicos staffs, 3 médicos residentes,  uns 6 enfermeiros e técnicos de enfermagem (entre staffs e residentes) e 3 Físicos - Médicos (1 staff e 2 residentes), totalizando, 19 pessoas. Claro que os pacientes e acompanhantes que esperavam o tratamento, ao ver toda aquela movimentação, com aquele povo todo entrando no setor, ficaram super curiosos para saber sobre o que se tratava. Alguns chegaram até a perguntar se alguém tinha entrado em óbito.
Mas conitnuando...
Vou tentar contar de forma bem objetiva.
Aquele povo todo na sala, uma menina nova com um sarcoma no ombro enorme, sentindo muita dor. Equipe médica começa a orientar a equipe técnica quanto ao tamanho do campo, para irradiar a lesão. Em seguida é passado que a técnica é a de campo direto, ou seja, de forma bem grosseira de se entender, uma irradiação alta de forma frontal. Enquanto isso, a equipe de enfermagem contem a paciente com faixas e administrando medicamento para acalmá-la. Falando assim, parece ter sido simples né? Mas pode ter certeza que nem chegou perto disso.
Campo determinado, estrutura dentro do campo para ser irradiada, gantry na posição, enfim, tudo definida. É quando chegam os Físicos-Médicos. A equipe técnica, com o auxílio do espessômetro, descobre qual o DAP (Distância Ântero-Posterior) do ombro do paciente, para os Físicos fazerem o cálculo da MU (Unidade Monitora) que vai ser utilizada, que de forma também grosseira de explicar, é o tempo que o paciente será irradiado. Os Físicos abrem uma pasta com números até a alma, calculadora científica no meio da pasta, e um começa a passar todos os números pro outro, inclusive o DAP, que no caso desse paciente, era de 18cm (isso mesmo, o DAP do OMBRO da paciente, era de 18 cm). Feito todos os cálculos, é então passado para a equipe técnica que o MU é de 323 (que é o tempo de exposição do paciente, em segundos). Todos para fora da sala, e é feito o tratamento de emergência.
Todos cuidado é pouco. É preciso muita atenção, e um trabalho em grupo perfeito.

Bom, já escrevi horrores e to cheio de sono, por isso, vou parar por aqui. Mas ainda não sei que título dar a esse post.
Amanhã, penso em um melhor do que vou deixar por aqui agora, e faço as correções ortográficas.
É isso.
Grande abraço a todos!!!

domingo, 27 de março de 2011

Radiodiagnóstico x Radioterapia

Voltando depois de muuuuito tempo, pra atualizar o blog.
Dessa vez não tive dúvida sobre o que iria postar: As diferenças entre o radiodiagnóstico e radioterapia.
Uma coisa que me chamou muito a atenção, foi a forma como os profissionais da radioterapia se referem ao radiodiagnóstico. Pra entender melhor, vou exemplificar criando um diálogo:

(profissional 1) - Cara, radioterapia é pauleira, muito cansativo.
(profissional 2) - É verdade, é muito cansativo mesmo, mas eu amo.
(P1) - Eu também, não volto pra radiologia por nada.
(P2) - Eu tb não volto pra radiologia não.

Como assim? Todos somos profissionais da radiologia, porém, em áreas diferentes. Radioterapia é uma especialização da radiologia, ou seja, está incluída nela.
Achei isso muito interessante e engraçado, mas entendo que é apenas uma forma de se referir.

Realmente é impressionante a diferença que existe do radiodiagnóstico pra radioterapia. A principal delas, é que a Radioterapia NÃO ADMITE ERROS. Qualquer errinho, por menor que seja, além de não se conseguir o resultado desejado, pode trazer danos graves ao paciente. Já no radiodiagnóstico, o ideal é que não se tenha erro, porém, quando se erra, repete-se o exame. Na radioterapia não existe isso de repetir o tratamento, a dose já foi altíssima, não se pode voltar a expor o paciente.
Que fique bem claro que devemos respeitar sempre as radiações ionizantes, um erro no radiodiagnóstico pode trazer danos sim, mas no que diz respeito a probabilidades, é infinitamente menor o risco.

No radiodiagnóstico, trabalhamos na escala de quilovoltagem, já na radioterapia, trabalha-se na escala de ortovoltagem e megavoltagem. A proteção radiológica tem que ser total para o paciente e para o profissional, são radiações muito energéticas, capazes de causar danos graves. Também se trabalha com elementos radioativos, como o cobalto, diferente do radiodiagnóstico, que se trabalha somente com radiação x.

No radiodiagnóstico, existem as incidências e as rotinas para cada região. Ex.: tórax -> PA e Perfil, crânio -> Pa, Perfil e Bretton...e por ai vai. Na radioterapia existem CAMPOS, e não existe uma "rotina de campos", cada caso é um caso. O tipo de tumor e a localização, definem quantos campos serão usados no tratamento, e, de acordo com os campos e a forma como eles incidem no paciente, dá-se  o nome da técnica de tratamento.

Técnicas simples:
- Campo direto
- Campos paralelos opostos
- Múltiplos campos
- Campos adjacentes

Técnicas isocêntricas

Técnicas especiais
- Radioterapia de intensidade modulada (IMRT)
- Radioterapia guiada por imagem (IGRT)
- Radioterapia estereotáxica fracionada
- Radiocirurgia

E tudo isso ai, ainda pode ser executado de duas maneiras: pela técnica de tratamento SSD e pela técnica SAD.

No que diz respeito aos acessórios então, ai a diferença se agiganta ainda mais:
- Suporte para cabeça e pescoço.
- Máscaras termoplásticas.
- Retrator de ombros.
- Breast board
- Belly board
- Bólus
- Travesseiro para decúbito ventral
- Imobilizador pélvico
- Imobilizador de corpo inteiro.
- Suporte para joelhos
- Berço para neuroeixo.

Até os diversos tipo de aparelhos fazem diferença. De acordo com o tratamento, se define o aparelho utilizado. Existe até um tomógrafo específico pra radioterapia.
Clinac 600, Clinac 2300, Th X, Th C e Trilogy, são alguns dos aparelhos usados, cada um com sua característica, mais indicada para um determinado tipo de tratamento. Além disso, existe também os simuladores e a oficina, que é o local onde se confecciona as máscaras e as proteções.
O negócio é tão diferente que, na radioterapia, só se usa chumbo como blindagem, quando se trata com um feixe de elétrons. Fora isso, usa-se cerrobend, que é uma liga metálica composta por bismuto (50%), chumbo (26,7%), estanho (13,3%) e cádmio (10%).

É muita diferença, muita coisa nova, muita coisa pra aprender. Sem dedicação, não vai ter como assimilar tudo.
Isso é o que eu sei de diferente, mas, com certeza, deve vir muito mais coisa por ai.

Pra fechar, mais uma mensagem que o INCA tenta passar.

MULTIPLIQUE SOLIDARIEDADE, COLABORE COM O INCAvoluntário.

A Área de Ações Voluntárias do INCA, o INCAvoluntário, tem como missão o apoio integrado as ações do INCA junto a comunidade na assistência e prevenção do câncer. Para tanto, desenvolve ações educacionais, recreativas, de integração social e lazer, visando o bem-estar dos pacientes do Instituto, de seus familiares e da comunidade em geral.
O INCAvoluntário possui em seu quadro, mais de 700 pessoas dispostas a ajudar. Você pode se tornar um voluntário do INCA ou ajudar muitas pessoas por meio de dações.

Mais informações:
Área de Ações Voluntárias do INCA
Rua Washington Luiz, 35, sala 317
20231-092 - Rio de Janeiro - RJ
Tel.; (21) 3970-7800 r. 8023 ou
3970-7971 Tel/fax: (21) 3970-7962
http://www.inca.gov.br/

Grande abraço a todos!!!

quinta-feira, 3 de março de 2011

FOI DADA A LARGADA

Finalmente chegou o dia!!! Tudo bem que a data inicial para o início da especialização, era dia 1 de março, porém, 1 semana antes, foi enviado um email informando que a aula seria no dia 2 de março, no auditório 3 do CEDINCA (Centro de Educação do INCA).
Feliz? Muito, afinal, não via a hora de começar logo, além de ter tido a notícia de que a nossa bolsa de estudos tinha aumentado (rsrsrs), mas uma das coisas que eu mais estava curioso, era de conhecer os meus novos amigos de especialização.

Pelo que percebi, foi a primeira vez que todas as vagas foram preenchidas como o INCA sempre planejou, ou seja, 10 vagas, distribuidas igualmente, de forma que se tenha 2  de cada região do país. Nos outros anos, sempre tinha alguma região que não preenchia o número de vagas que tinha direito.
Esse ano são 2 cariocas (sudeste), 2 do Rio Grande do Sul (sul), 2 de Belém do Para (norte), 1 do Distrito Federal e 1 do Mato Grosso (centro-oeste), 1 de Salvador e 1 do Piauí (nordeste), sendo 7 homens e 3 mulheres. Antes de começar a especialização, eram só números, agora, são pessoas, por isso, vou dar nome aos "bois":

2 cariocas -> Fernanda e Carlos Eduardo, vulgo Cadu (esse que escreve aqui rsrsrs).
2 do Rio Grande do Sul -> Cristiane e Thiago
2 de Belém do Para -> Pedro e Elias
1 do Distrito Federal -> Edjames
1 do Mato Grosso -> Walkley
1 de Salvador -> Daniel
1 do Piauí -> Amanda

Acho muito legal conhecer gente de fora, é uma experiência e uma troca de informação, bem como de comportamento, muito interessante. Já conversamos sobre o nosso conselho nacional, cada um falou sobre o seu conselho regional, descobrimos coisas que nem sonhávamos que acontecia  nos regionais, como por exmeplo, que o conselho do RS faz uma forte fiscalização, o da Bahia tem uma inadimplência de 80% ,e por ai vai...
Descobrimos tb particularidades de cada região. O gaúcho, gosta de chimarrão (é claro) o mato grossense tb gosta de uma bebida que, pelo que ele falou, é parecido com um chimarrão, e etc...
O pouco que pude conhecer, me pareceram ser pessoas muito legais, especialmente aqueles que tive mais contato. A carioca da ilha tb foi super simpática.
Acho que a galera vai se dar super bem.

Claro que aproveitei para conhecer o alojamento, e confesso que fiquei de cara. Pensei que seria uma parada horrível, mas, surpreendentemente, lá é um "luxo"...rsrsrss. Só pude entrar na sala de estar e na cozinha, mas foi o suficiente para ver que é super arrumadinho. A sala de estar tem ar condicionado daqueles verticais, tv de LCD com sky, os sofás são novos, a cozinha toda arrumada e limpa, com as mesas e cadeiras bonitas, tudo de super bom gosto. Todos tem acesso a internet, além de ter um ponto de internet em cada quarto, para quem quiser acessar pelo notebook. Muito legal mesmo.

Quanto as orientações e palestras, bom, o Diretor do SECAD falou do orgulho que temos que ter em usar um jaleco escrito INCA. A importância, a responsabilidade e o peso que isso tem. Falou da importância da nossa profissão dentro da atenção oncológica, além da escassez de profissionais especialistas no mercado. Citou até que Roraima (se não estou enganado), tem setor de Radioterapia, porém, não existe profissional especialista.

Quanto as aulas, bom, na verdade, elas ainda não começaram, o que tivemos foram várias palestras, onde ficou bem claro que todos querem que a gente abraçe a causa e compre essa briga contra o câncer. O que foi dito por praticamente todos os palestrantes, é que somos "MULTIPLICADORES", e que devemos passar as orientações dadas por eles adiante, por isso, a partir de hoje, no final de todo post, vou colocar uma mensagem que tem na agenda que eles entregaram para nós.
É impressionante o trabalho realizado pelo INCA, não é a toa que é uma instituição reconhecida internacionalmente, e vou curtir muito viver lá durante esse 1 ano de especialização.

Bom, é isso, Parabéns a todos os meus novos amigos pela conquista e pela vontade de crescer profissionalmente, afinal, deixar tudo para trás (pais, irmãos, esposas e amigos), é difícil, mas, no final, tenho certeza que vai valer a pena.

Como disse anteriormente, ai vão 2 mensagens passadas pelo INCA.


Doar sangue é mais que um gesto de solidariedade. É um gente de amor. O INCA, todo ano, na semana que antecede o carnaval, promove o BLOCO DA SOLIDARIEDADE, com o intuito de angariar mais doadores de sangue. Mas você pode doar o ano inteiro!


Onde doar?


Hospital do Câncer (unidade hospitalar do INCA)
Praça Cruz Vermelha, 23 / 2° andar - Centro - Rio de Janeiro
Horários: segunda a sexta-feira, das 7 h 30 as 14 h 30
sábados, das 8 h as 12 h.




DIA MUNDIAL DA ÁGUA - 22 de março


Proteja o nosso futuro. Evite o desperdício.


A água faz parte do patrimônio do planeta. Ela é a condição essencial de vida de todo ser vegetal, animal ou humano.
Em 22 de março de 1992 a ONU (Organização das Nações Unidas) instituiu o Dia Mundial da Água. Todos os anos, entidades governamentais e não-governamentais se reúnem nesta data para debater e planejar ações relacionadas a conservação e ao desenvolvimento dos recursos hídricos.
Os recursos naturais de transformação da água em água potável são lentos, frágeis e muito limitados. Assim sendo, a água deve ser manipulada com racionalidade, precaução e parcimônia.
Evite o desperdíçar ou poluir a água. Ela não é somente herança de nossos predescessores; ela é, sobretudo, um empréstimo aos nossos sucessores.

É isso galera, logo volto com mais mensagens.

Grande abraço a todos!!!

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

O mundo da Radiologia e a importância dos profissionais das técnicas radiológicas.

Estava pensando o que iria postar, para não deixar isso aqui muito tempo parado. Pensei, pensei, pensei e cheguei a seguinte conclusão: Por que não postar sobre a Radiologia, para que o pessoal que não é da área, e que passa aqui, conheça um pouco mais? E é justamente sobre isso que vou postar.
Bom, podemos definir RADIOLOGIA MÉDICA, como uma área da saúde, que tem como principal função ajudar no diagnóstico de várias patologias através da imagem. Ela divide-se em Radiodiagnóstico, que é justamente o que diz a definição, e Radioterapia, que seria  a parte terapêutica (tratamento).
Os profissionais que compõe a área são:´
- Auxiliares de radiologia (1º grau + curso de auxiliar em câmara escura e câmara clara)
- Técnico em Radiologia ( 2º grau + curso técnico pós médio)
- Tecnólogo em Radiologia ( 3º grau, graduação de nível superior)
- Médico Radiologista ( graduação em medicina + residência em radiologia / diagnóstico por imagem)
Incluiria também, pela importância que tem em algumas áreas dentro do radiologia, o Físico-Médico (graduação em Física + pós graduação em Física-Médica).

Técnico - O curso técnico tem duração, em média, de 18 meses a 2 anos
Tecnólogo - O curso tecnológico (politécnico), tem duração de 2 anos e meio a 3 anos.
Médico - Medicina tem duração de 6 anos + residência.
Físico-Médico - Física tem duração de 4 anos + pós graduação em Física-Médica

Os profissionais da Radiologia (técnicos e tecnólogos), podem trabalhar nos seguintes campos de atuação.
- Radiologia Convencional (Raios x)
- Radiologia Digital
- Tomografia Computadorizada (TC)
- Ressonância Magnética (RM)
- Mamografia
- Cintilografia (Medicina Nuclear)
- Densitometria Óssea
- Docência
- Radiologia Forense
- PET-TC
- Radiologia Odontológica
- Radiologia Industrial
- Radioproteção e Dosimetria
- Radiologia Veterinária
- Radioterapia
Entre outras...

TC: Exame computadorizado em 3 dimensões que agrega a aplicação da radiação X aos princípios da informática, considerado como um exame especializado, pode-se aplicar meios contrastantes.

RM: Exame computadorizado em 3 dimensões, especifico para definição de detalhes em partes moles, agrega meio computadorizado, átomos de hidrogênio e forte campo magnético + ondas de rádio-frequência.

Mamografia: exame especializado das mamas, utilizando radiação X, para investigação mamária.

Cintilografia: exame de medicina nuclear, que utiliza radiofármacos na investigação de alterações funcionais de órgãos internos, através de sua atividade obtida pela câmara de ionização.

Densitometria Óssea: Exame especializado que agrega a aplicação de radiação X ao processamento de dados para investigação da perda de massa óssea e osteoporose

Docência: Área de especialização direcionada ao ensino profissional de nível técnico ou superior

Radiologia Forense: Área de aplicação das radiações ionizantes nas investigações médico-legais, agrega estudo ante-mortem ou pós-mortem.

Pet-TC : Área que une os recursos diagnósticos da Medicina Nuclear (PET - Tomografia por Emissão de Pósitrons) e da Radiologia (TC). O equipamento sobrepõe às imagens metabólicas (PET) às imagens anatômicas (TC), produzindo assim um terceiro tipo de imagem.
Radiologia Odontológica: Área da radiologia que agrega a aplicação das radiações ionizantes a recurso da Odontologia.

Radiologia Industrial: Área da radiologia que agrega a aplicação dos métodos de imagens, a serviço da indústria, seja ela de alimentos, viação/aviação, segurança e pesquisa

Radioproteção e Dosimetria: Área de atuação a nível laboratorial no cálculo de dosagens e otimização da proteção radiológica

Radiologia Digital: Recurso de última geração que abrange o conceito de digitalização de imagens e obtenção, assim como criação e manutenção de Woskstations

Radiologia Veterinária: Área da radiologia que agrega a aplicação das radiações ionizantes a recurso da Medicina Veterinária.

Radioterapia: Área da radiologia que agrega a aplicação das radiações ionizantes a recurso terapêutico/remissivo/paliativo/profilático.
Infelizmente, as pessoas não tem a menor noção da importância que tem o profissional das técnicas radiológicas (técnicos e tecnólogos). Pensam que somos meros fotógrafos, onde, basta colocar o paciente na direção do feixe e apertar o botão.
Costumo dizer que somos ARTISTAS. Isso mesmo, ARTISTAS, onde a nossa obra-de-arte são as imagens que "criamos".
Criar uma imagem diagnóstico, como em um "simples" exame de raios x convencional, ou como as pessoas costumam dizer, "chapa", é infinitamente mais do que "tirar uma foto". Os posicionamentos utilizados durante um procedimento, tem um pq de ser, não são poses para se fazer um book e mandar para uma agência de modelos, onde no caso, a agência, só poderia ser o médico radiologista (rsrsrs). Um "simples" braço rodado a frente, uma extensão/hiperextensão do pescoço, uma rotação de cabeça, até mesmo o simples fato de ter que se realizar o exame em pé e não deitado ou então de ter que deitar a cabeça para um lado da mesa e não para o outro, são importantes e fundamentais para se criar uma imagem de qualidade, possibilitando assim, o correto diagnóstico.
Dentro da sala de exame, temos total autonomia para realizarmos o melhor procedimento, mas as pessoas teimam em achar que o médico solicitante é quem manda ali também. O especialista, quer visualizar a imagem, mas quem cria a imagem somos NÓS! Somos a autoriade máxima dentro da sala de exames, responsáveis pela proteção radiológica de todos os presentes durante o procedimento, e sabemos como criar a imagem, para isso, basta que o médico solicitante faça a sua parte e coloque o pq de estar pedindo aquele exame, o que chamamos de hipótese diagnóstico, ou seja, do que o solicitante está desconfiado que o paciente tenha.
Para os profissionais, todo cuidado é pouco. Costumo dizer que podemos "brincar" de criar a imagem que quisermos, mas é claro que não devemos brincar de criar a imagem que quisermos, por isso, fazer uso de todos os procedimentos de forma correta, juntando principalmente o conhecimento de anatomia, técnicas, física, utilizar todos os conceitos e fenômenos físicos observados de forma favorável, conhecer os princípios de formação de imagem, como manipular isso, analisar imagens dentro do conceito de qualidade de imagem, entre vários outros, são pontos importantes para o profissional técnico/tecnólogo.
Em centros cirúrgicos, somos fundamentais em determinadas cirurgias. Sem a nossa presença, muitas delas nem começam, e tb não são finalizadas de forma que o cirugião tenha certeza de que o procedimento realmente foi realizado com sucesso.
O que me surpreende as vezes, são os próprios profissionais (técnicos/tecnólogos) não reconhecendo, ou não percebendo, a importância da profissão que escolheram.O processo, de forma sucinta e grosseira, é mais ou menos o seguinte: O médico dá o diagnóstico e prescreve o tratamento, o enfermeiro organiza os procedimentos, os técnicos de enfermagem realizam os procedimentos, o fisioterapeuta reabilita, e toda a evolução do paciente é acompanhada dia a dia até o momento de sua alta, por uma equipe que envolve não só esses profissionais, mas tb muitos outros, só tentei reduzir pra colocar aqui (rsrs). Poucos percebem que, em muitos caso, o diagnóstico do médico só acontece após analisar uma imagem. Imagem essa, criada por um técnico/tecnólogo. Após a análise dessa imagem, com consequente diagnóstico, é que desencadeia todo esse processo.
Na radioterapia, nossa participação é ainda mais ativa, o profissional das técnicas radiológicas cria a imagem, o especialista dá o diagnóstico, o médico radioterapeuta prescreve o tratamento, o físico-médico faz o cálculo de dosagem e volta para a mão do profissional das técnicas radiológicas especialista, para o tratamento radioterápico.
Por tudo isso que falei, RESPEITEM OS PROFISSIONAIS TÉCNICOS E TECNÓLOGOS EM RADIOLOGIA MÉDICA. Eles são muito mais importantes do que imaginam, suas vidas podem, por muitas vezes, não estarem diretamente na mão deles, mas, indiretamente estiveram, pois, são eles os responsáveis por criar imagens que possibilitam o diagnóstico correto e preciso. NÃO SOMOS BATEDORES DE CHAPA, MUITO MENOS FOTÓGRAFOS!!! Estou fazendo referência ao que seria mais simples, um exame convencional, a famosa "chapa".

Créditos das definições postadas: Radiologia oficial, post do colega Dhiego Grumieri.

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

O PROFESSOR!!!

Fala galera, to voltando pra não deixar isso aqui parado até o início da especialização. Enquanto isso, esse blog vai ser de um professor.

Hoje vou falar sobre as minhas turminhas dos cursos que dou aula (UHUUUU).
Descobri ainda na época que fazia o curso, que talvez tivesse jeito pra dar aula. Meus colegas de sala sempre me procuravam para tirar dúvidas, dizendo que não entendiam nada que o professor falava, e eu tentava ajudar de alguma forma. Marcávamos grupos de estudo em dias diferentes das aulas, onde nem sempre, todos conseguiam ir, afinal, muitos moravam longe e/ou trabalhavam, mas eu sempre ia. Nessa época, me descobri uma pessoa paciente para tentar explicar, e sempre ouvia dos meus amigos e colegas que eu conseguia passar o conteúdo e que eu deveria dar aula depois de formado.
Depois de formado, foi através de uma comunidade no orkut chamada RADIOLOGIA OFICIAL, que fiz amizade com uma tecnóloga que até hoje é minha amiga, Srª Monique Forte (uhuuuuuu rsrsrs). E foi através dela que veio o primeiro convite (e o primeiro emprego também), para dar aula. Comecei e, devido a probleminhas de organização, tive muitos, mas muitos problemas, que iam desde tempo curto para dar o conteúdo, até a total falta de base dos alunos, por faltar uma estrutura lógica de conteúdo dado, com matérias pré requisito de outras sendo dadas depois, resultando nessa total falta de base. Ou seja,  "entrei num mato sem cachorro" rsrsrs.
Infelizmente, tenho a total convicção de que para algumas turmas, o conteúdo não foi passado como deveria ser, nem do jeito que eu queria passar, mas tentei fazê-lo da melhor forma possível, dado esses problemas.
O tempo foi passando, novas turmas foram chegando a organização foi melhorando e o conteúdo começou a poder ser passado pelos professores, de forma que os alunos conseguissem absorver mais e melhor, tudo que era passado, não só por mim, mas por todos os outros colegas.
Me descobri um professor, dito pelos próprios alunos,  "carrasco", e sabe que não achei ruim? Penso que quando se forma profissionais dentro da saúde, não se forma para eles ganharem dinheiro, e sim para ajudar o próximo. O dinheiro é consequência.
Na Radiologia, como em várias outras áreas, o mercado não está para brincadeira, ou vc tem um belo QI ou realmente é bom e, com muito estudo, entra pro mercado de trabalho através de um concurso.
Me descobri um professor carrasco (ou descobriram pra mim rsrsrs), mas Graças a Deus, me descobri também querido por muitas turmas. O mais gratificante, foi ver que era querido não só pela pessoa, mas tb pelo profissional professor. Ouvir coisas como: "só confio em você", "fiz o que você pediu no estágio e os outros profissionais me parabenizaram pelo exame", "para onde vc for, eu vou também", "você não vai abandonar a gente não né?", " você junto com a Monique (a Forte que eu disse lá em cima), são os melhores professores que eu já tive" e até um simples: "Você é um bom professores", são gratificantes, e me fizeram ter força para continuar, mesmo com todas as adversidades.
Isso tudo aconteceu e eu nem falei que já estava dando aula em outros 4 cursos, e com isso, o número de turmas e alunos era absurdamente maior.
Hoje, infelizmentem, ouço: "infelizmente você vai sair", "pq você vai sair?", "não sai não", "quem é que vai entrar no seu lugar?", "você tem que sair mesmo", "tem certeza que você tem que sair?". E a minha resposta para essa última pergunta é: NÃO, NÃO TENHO CERTEZA QUE QUERO SAIR. NÃO QUERO SAIR, MAS PRECISO SAIR."
Preciso sair pela minha vida profissional, preciso sair para me dedicar a essa especialização e ao que vem pela frente. Infelizmente, preciso dar 1 passo para trás, para dar 2 passos a frente.
Descobri também, o que já sabia; que nunca vamos agradar a todos, porém, o ser humano, muitas vezes sem querer, acaba colocando a culpa em outra pessoa, ao invés de assumir o seu próprio erro.
Quem escolhe se formar em uma área dentro da saúde, tem que ter a consciência de que vai ajudar o próximo e, para estar preparado para isso, preciso ser cobrado, E MUITO BEM COBRADO na hora de uma simples avaliação. Acho que é daí que vem a fama de carrasco que ganhei rsrsrs. Alguns alunos entendem essa responsabilidade e chamam pra si a ÚNICA responsabilidade que lhes cabe dentro de sala de aula. ESTUDAR! Ok, esses também me chamam de carrasco, mas o resultado é notório. Outros preferem apenas te chamar de carrasco e muitas vezes, até de palavras que não teria o pq de colocar aqui. Não culpo eles, afinal, quem nunca, muitas vezez sem querer, não assumiu alguma responsabilidade? Mas como professor, tentei me disponibilizar para eles também, afinal, tem coisas que a vida mostra pra gente com o tempo.
Lembro da minha época de colégio (Colégio Curso Martins), que eu mesmo falava horrores desse tipo de professor, mas me tornei um igualzinho a eles, pq vi o quanto isso foi importante para a minha vida e, até hoje, sou desses que prefere um professor carrasco, que aperta na hora de uma avaliação, do que um professor bonzinho, que alivia, porém, não me avalia em nada.
Acho que foi graças a isso, que já fiz avaliações com questões tiradas dos principais concursos, e vi alunos meus gabaritando. E olha que muitas vezes o assunto era Física em rsrsrs.
Pude ouvir de alguns desses alunos, que sou exemplo de professor e profissional, e isso, foi extremamente gratificante.
Não digo se sou bom professor ou não, não cabe a mim julgar, mas sei que para alguns pude dar o meu melhor, mas infelizmente, para outros, não.
Sei também que NUNCA vamos agradar a todos. ISSO É SER PROFESSOR!!! Quem não estiver preparado ou não quiser ouvir certas palavras (muitas vezes palavrões rsrs), nem adianta pensar em ir pra docência.
É com muita tristeza que vou ficar 1 ano sem dar aula, 1 ano sem ser chamado de professor, 1 ano sem ser chato brigando pela profissão que escolhi, tentando formar novos e bons profissionais, 1 ano, com certeza é muito tempo.
Agradeço pela oportunidade de ter trabalhado nos cursos CEPROENF, SISTEMA ÚNICO, BEZERRA DE ARAÚJO e CIMA, e desejo toda sorte do mundo e sucesso para vocês e seus alunos.
Agradeço os convites de outros cursos e preparatórios para concurso, que infelizmente não pude aceitar.
Se hoje me perguntarem: "Você vai parar de dar aula?", eu respondo:
EU VOU, MAS COM CERTEZA, EU VOLTO!

PROFESSOR Carlos Eduardo Miranda Batista.

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

AULA INAUGURAL DIA 1 DE FEVEREIRO DE 2011

OLÁ A TODOS!!!
Estou criando esse blog, com o intuito de criar um diário virtual, para que eu possa ver depois tudo que passei durante a minha especialização em radioterapia no INCA. Não tenho a menor pretenção de popularizar esse blog, quero apenas registrar de alguma forma, todo o conhecimento adquirido durante a minha especialização, além do fascinante dia a dia dentro de uma instituição tão respeitada nacionalmente e internacionalmente como o INCA.
Espero que todos que passarem por aqui gostem.

A primeira postagem não poderia ser sobre outro assunto, que não fosse a AULA INAUGURAL.
Nada fora do que imaginei, apresentação de todos os diretores, dentre eles, o diretor geral, claro. Palestras falando da importância do INCA a nível nacional e internacional, da luta e da dificuldade de se reduzir as taxas de mortalidade, as características de aparecimento de novos casos de determinadas neoplasias em determinadas regiões do país e do mundo, o custo que isso gera pro governo, o quanto os índices aumentaram mundialmente com o passar dos anos e o quanto isso ficou mais evidente em países em desenvolvimento, além de chamar a atenção para as maiores taxas de mortalidade, localizada também nos países em desenvolvimento. Depois palestra sobre Política Nacional de Humanização (PNH) e também de um médico, professor de políticas de saúde, que foi um espetáculo, pena não lembrar o nome dele; além de outras palestrar bem rápidas, dentre elas, uma sobre sobre infecção hospitalar. Tudo bem legal, porém cansativo.

Antes de colocar meus pés lá dentro, imaginei, e ainda imagino, tudo que vou encontrar lá durante essa jornada, desde histórias com finais felizes, até histórias da vida real, com finais não tão felizes. O que sempre ouvi, é que se não tivermos a cabeça no lugar e acreditarmos no bem que tentamos fazer quando se trabalha em um lugar como esses, não da pra segurar a onda, e por isso, muita gente pede para sair. Sempre ouvi também, que o setor infantil é o mais triste, e é justamente lá que consta o maior número de pessoas que pediram para serem desligadas, pessoas essas, que estudaram muito para conseguirem passar em um concurso como esse, e ainda assim, não aguentam o que encontram lá.
Bem, acho que o mundo tentou me testar e, em apenas em 1 dia lá dentro, passando rápido pelos corredores e subindo e descendo nos elevadores, encontrei com 2 crianças, lindas, lindas, lindas, lindas...mesmo sem cabelinho nenhum. Uma, apenas passou pelo meu lado, já a outra, subiu comigo no elevador e pro teste ser ainda mais válido, olhou pra mim e perguntou "você vai pro nove?", eu ri e disse que não, que iria pro oito, ela riu e falou que ia deixar todo mundo nos seus andares, e brincou, sozinha, de acessorista, numa felicidade de quem, de repente, não tem nem noção do que está acontecendo com ela mesma, tamanha a sua ingenuidade. Foi impossível não tirar risos dos profissionais e acompanhantes que estavam no elevador. E isso foi só o primeiro dia.

Dia 1º de março começa a especialização, e é claro que não vejo a hora de começar, enquanto isso, vou postando "coisas" aleatórias só pra encher linguiça. rsrss

Grande abraço a todos!!!